sábado, 31 de janeiro de 2009

Mestre / arquitectura

R. obteve o grau de Mestre em Arquitectura, ontem.
Hoje, soube que vai fazer estágio, a partir de segunda.
Não sabe se será remunerada durante um ano.
A incerteza do emprego é grande. Tal como a sua independência financeira.
Longe de estereótipos, anseia, contudo(parece-me), ter um espaço compartilhado de uma forma íntima.
Terá de autenticar no mundo do trabalho, as suas competências,( naturalmente);que tem um diploma, certificado de habilitações e inscrição na Ordem, provas essas que lhe custarão o que ela ainda não pôde ganhar!
É pintora com provas públicas provadas.
Genial no artesanato.
Frequenta outro Curso Superior - Restauro, com excelente aproveitamento.
É boa filha, pilar importante da família.

O que lhe falta para poder ser um elemento mais útil a si e à sociedade? - Enquadramento social; posição familiar conceituada, conhecimentos na área político-financeira adequados para ser sugada, leia-se, usada, para usufruto de endinheirados, gestores e quejandos, languidamente sentados em poltronas acetinadas, sábios defensores da Moral, exímios desempregadores e deslocalizadores de empresas, e outras coisas mais.

Não acordes já! Espera mais um pouco, para que "de teus olhos possas colher doce fruito"(Camões).

Mimos de uns olhos mais amargos...

domingo, 25 de janeiro de 2009

Desemprego

Há tanta gente a ficar desempregada! Que farão a seguir?
Sem duvida que, para além de uma prostração, depressão e revolta há que arranjar forças para reagir e sobreviver.
Como é possível que ao fim de muitos anos de trabalho(a maioria) aconteça um tropeção assim na vida de cada um?

Gosto de ensinar, mas estou cansada de tudo que cerca o processo.
Se viesse desempregada também não teria a hipótese de pagar os meus compromissos mensais. Contudo, o que mais desejo é parar o meu trabalho.Mas,como inverter uma situação de stress, seja ela inesperada ou não?
Temos que conseguir ser inventivos e tentar furar a catadupa de ansiedades, metamorfoses sociais e económicas . É complicado, dado que a nossa vontade é mais frágil que um sopro de vento.
Acho que a resolução destes problemas profissionais passam pela necessidade de haver uma base sócio-política estruturante que permita a evolução social e, depois, o intervir individual.

Atrai-me a política...
Acho apaixonante pensar no Homem como um ser eminentemente social a quem é preciso conceder(o estado) um tecido básico ,onde, mercê das suas capacidades, emerjam os seus actos individuais.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Idade

Fiz 51 anos. Estou em peri-menopausa. Tenho mudanças de humor frequentes e uma latente irritabilidade, aparelhada a uma profunda consciencialização da imperfeição de todo o ser humano. Pareço-me magnãnima (imodesta?).
A tiróide está alterada. Muito. Os níveis estão altíssimos. Um gânglio assediou a garganta(atrevido).
O peso atingiu plano de obesidade.
Sobram consultas e remédios. Chato!
Preciso divertir-me, rir, brincar. Tentar viver com calma, experimentar momentos de alegria,sem pensar que preciso fazer manigâncias para que o orçamento doméstico seja extensível...
Dispor-me a sair, ver o acontecer dos dias, imaginar noites e.... ser feliz.

Que tolice toda esta treta.

O.I.

Foram muitas as colegas que entregaram os objectivos individuais. Por medo. muito medo.Medo de sofrer.
Achava-me eu, assustada e com medo. Estava era demasiado desiludida com o percurso profissional. Entrei para a função pública com determinados parâmetros de evolução na carreira e traíram-me. Mentiram-me. Fiquei deserdada nas minhas naturais esperanças e projectos de vida, a médio e longo prazo. O Estado não é pessoa de bem. Não só não podemos confiar no que dizem, como não podemos confiar no que escrevem, pior, legislam!
Fiquei doente. Desequilibrada com tanto arrojo, falta de vergonha. Apetecia gritar até as divindades me ouvirem e quebrarem, com seus raios fulgentes, tanta ignomínia!
Sofre-se tanto numa depressão. depois a vida perde o sentido. Como se as nossas raízes afectivas desaparecessem. Tudo se esvai na memória descontente e acéfala.
Mas,afinal, não sou diferente. Não sou doente, nem depressiva. Sou apenas atenta e honesta. Cumpro e revolto-me quando me trapaceiam, pisam, ofendem e, sobretudo, me intimidam!
Burros, alguns srs. professores. Permitem que os enganem. De rabinho entre as pernas, lá entregam os seus O.I. - Que arreceio.... - diria Gil Vicente, divertido.
Vejamos se têm alguma réstia de coragem e coerência para fazerem greve dia 19 de Janeiro 2009...
Afinal, porventura estão tão inquinados quanto o resto do país. Será?

domingo, 11 de janeiro de 2009

Aniversário51

Foi ontem.
Correu bem.
Estive com a Família que tanto amo e me protege. Sou feliz por isso. Claro que sinto a falta dos que partiram. Estão sempre presentes, faltando, contudo, o abraço e a sensação de segurança que eles tanto personificam.
Mas existem dentro de mim e desta pequena família que nós construímos.

Quero manter as forças para o trabalho e a vida difícil que tanto nos apoquenta. Bem sei que a falta da juventude, dos sonhos desmaiados e da crueza da claridade diária, tutela a nossa maior vontade, impedindo-nos, pela força dos ventos contrários, de ter ânimo para redesenhar outros dias mais felizes. Esta outra realidade começa a ser um mito e, nós, pequeníssimos adamastores demasiado curvados para afrontar quem nos ofende e trai.

Já tenho algum tempo de vida e uma história anónima para contar...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Ainda, NÂO

Vou dizer não ás exigências da tutela.
Não Não.....

Não quero ser manipulada na minha liberdade individual, nem nos meus direitos laborais.
Não pactuo com sistemas viciados.

Vou parar. Senão morro.
Não aguento.

não dizer NÃO

Quero deixar de ser negativa. Usar só frases afirmativas. Saber enunciar o que sei e o que ... sei.
desculpem. ... consigo.

... sou tolinha.

Apetece escacar tudo. Perder o medo dos poderes e ser livre. Contar, esborrachar na elegância idiota dos outros, os vulgares, ordinários, o que eles sabem bem fazer e, pior ainda, acham normal porque fazem pior. Estoirar-lhes a cabeça com tantas palavras ofensivas , que , de tão habituados, achariam tratar-se de alguma alegria desenfreada.

São esses os cotados, os que pavoneiam vaidades vazias. E são alegres, têm amigos a monte para usar e descartar a propósito /despropósito.

Apetece partir , sem sair do sítio...só pq tenho raízes.

Cheia da falha, falta, insuficiência,farta de não....

Desisto!

N Â O !!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Ano lectivo

O Ano não começa para mim. Estou a 2 terços do final do ano lectivo. É a continuação de esforços e estratégias de aprendizagem que se aplica a cada um dos alunos caídos em rifa...
Tão acéfalos, a grande maioria. tão longe de realidades, tão longe dos acontecimentos que os rodeiam e que destinam, hoje, o seu amanhã!

Continuam as vicissitudes no trabalho; ninguém sabe que rumo tomar nas decisões atropeladas do Ministério. Hesita-se, pergunta-se,... pobres dos professores. Somos tão pequeninos, tão inseguros, atrofiados pelo medo de perder o ganha-pão(e o estatuto). Já ninguém é o SENHOR PROFESSOR.

Amanhã volto a entrar cedo(como todos os dias). Dói o corpo e a alma. O sono afasta a destreza. O frio encolhe o espírito. Eles, os alunos, acordam com as hormonas aos pulos e lá se esfregam no primeiro quentinho que aparece, nem que seja os bolsos.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Re-ingresso

É amanhã que volto ao trabalho. Sinto a cabeça leve e o corpo descansado. Vou passar a ter horários rígidos, a cumprir todos os dias, mais aqueles que têm a ver com reuniões fora de horas.

É o meu trabalho. Escolhi-o há 30 anos. Não sabia que: - tenho frio nas salas de aula e - dou aulas de casaco,(os meninos ainda mais), - quase não tenho tempo de comer algo a meio da manhã, porque toca a campainha e já não dá para ir à casa de banho, apanho chuva de 90 em 90 minutos e tantas outras chamadas da minha atenção que o frenesim diário, embaraçado na didáctica, no rigor na educação cívica, na produção arrumada de saberes, me desgastam de tal modo que logo me esvaio.

Acho que me consideram, ou frágil(na melhor das hipóteses), ou mimada, ou incapaz!

Se trabalhasse na CGD se calhar tinha direito à aposentação por invalidez e, garanto, não ia trabalhar para mais lado nenhum!

Continuaria a escrever: isso é que era!

Bom Ano para todos os que amo, respeito e considero, amigos e leitores.