sábado, 25 de abril de 2009

Ainda a Festa de Abril

A TV
Mostrou imagens do púlpito político. Havia Cravos. Muitos. Há já muito tempo que não via tantos neste dia da Revolução. Aliás, revolução é palavra desusada. Soa a coisa feia, suja, dos fracos, dos pobres ( talvez de espírito). Hoje, vende-se a imagem, o belo, o grosseiramente belo. Tudo o que cai num curto espaço de tempo. O corpo. Impera a prostituição. Mais grave, a da alma.

Há outras coisas belas, que não se mostram. São sugeridas, percepcionadas levemente e tanto prazer podem dar! Fruto da inteligência e sensibilidade, só os ricos de espírito as percebem e têm o encanto de as sentir.

Ouviu-se cantares de Abril, esmifrados em poses e requebres sonoros barulhos e aquém da originalidade genética. A qualidade musical regrediu hoje quando se cantava Abril - sinal dos tempos. " Tudo esmorece e cai no ar".

Não pude acompanhar colegas de pulsar idêntico, Hoje. O Tempo tem as suas falácias!

Já passou a meia-noite. A princesa tornou-se abóbora.

25 de Abril


Não estão muito harmonizados os meus cravos. Trouxe-os, ontem, da florista habitual. Estavam escondidos dos olhos dos compradores...Curiosa, perguntou, suave, a razão da escolha...
Continuam curvados nas duas jarros onde os plantei. Parecem envergonhados daquilo que simbolizam. Pobres deles.

Tenho saudades d'outros 25 de Abril. Eram mais alma, esperança e crença na vontade de, em conjunto, construirmos com a nossa parcela: Saúde, educação, trabalho, paz, equilíbrio social, nada de grandes diferenças.
O nosso Primeiro até é suspeito de suborno, tráfico de influências, ..., os Bancos dos Ricos comem as fortunas dos incautos - d'os espertos - e, o Povo, paga, com impostos de toda a ordem e sem direito a ripostar, porque, se falha é, célere, julgado e preso.
Vivemos na pequenez de espírito e no granjear do desfalque. Abúlicos. A lei da rolha, impera. Parece que a ausência de valores, intercepta a capacidade de raciocínio.
Há que não ter medo. Há que sermos responsáveis por nós e todos. É impossível continuarmos dobrados pela cintura e de cabeça arreada.

Os meus cravos estão curvados e os meus olhos sedentos de águas mil.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Xutos e Pontapés


Adorei ver no "you tube" o novo tema dos "Xutos". É óptimo sentir que há mais gente a esgravatar a raiva. Sinto que não estou só. Há mais gente a protestar. Esta terra em que se vive, cheira demasiado mal. A corrupção é sórdida e grotesca. a governação é escancarada e pertence à famíia da pata que os pôs!
A melodia é branca como as marcas dos supermercados. É tão rasteiramente monossémica que não há hipótese de se confundir com um escândalo da Paris Hilton .
Fixe.
Avante, camaradas. Cheira a cravos e não há mais rosas. Desfloriram. É do tempo.
Quero ser pertença deste novo tempo; a batida, a minha eira, à beira da vida.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

retorno

Há já demasiado tempo que não escrevo, não falo de mim. Esta vozinha interior não pára nunca de me circundar o pensamento e ironizar das minhas decisões, rindo sarcástica, das minhas hesitações.
Tento controlar o trabalho com o meu grupo intímo, que comigo coabita, para além das tarefas de casa que demais me debilitam. Encontrar o equilíbrio, é obra! Depois, devo sossegar o espírito, não entrar em pânico como tantas vezes acontece.
Nesta pausa escolar colaboro com o sonho, o sono, a letargia e algumas dicas de atitude que procuro não fiquem demasiado vivazes para o tal estado zen que busco. Suponho ganhar novas forças para a batalha do 3º período: A política e a laboral.
Longe de me sentir acomodada e tão perto das incertezas procura não sofrer muito, tornar-me mais cerebral para entender as contradições grotescas do Mundo.