domingo, 19 de julho de 2009

Faz de conta


Em férias. Tempo desmarcado. A esteira está velha e gasta, a precisar de remendos. Espraio-me em pequenos nadas filtrando a vontade, a preguiça e, por vezes, a energia sem objectivo.
Das metas para este ano lectivo, realço os exames do meu filho; a sua primeira experiência foi controlada e não demasiado sofrida. Ficou-lhe os planos para a nova estrada que se aproxima. Está voluntarioso, confiante e determinado.
O meu trabalho foi satisfatório e, sobretudo, cheguei ao fim sem grandes aparatos pessoais nem profissionais. Mas revoltada. Com este ECD, esta AD e todas as tertúlias municipalizadas, partidarizadas e, pior, personalizadas. A começar por mim.
Acho-me injustiçada, ultrapassada e marginalizada. Terei os meus defeitos, não o nego, mas procuro ser melhor e mais consciente de mim e dos outros. Não consigo pensar só na primeira pessoa. Facilito-me porventura;quando me disponibilizo para os outros, não penso em mim e tenho desculpa para não pensar nas insuficiẽncias dos dias... Afinal, não serei tão boazinha assim... Escondo os meus erros, falhas e faltas; mas vivo cada vez mais de mim. Contudo, oiço o mais possível, para aprender.
Tanta intranquilidade. A oscilação é o meu movimento pessoal mais sentido.
As falhas do mundo, dos outros, de mim, tudo se conglomera à espera de melhor. Tenho a farpela da vida, do saber ser, do saber estar e rodopio à volta de pouco e muito agir.
Teatro de vida!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Flores


De quando em vez, arranjo e acaricio flores que docemente coloca num espaço familiar, onde alguns dos meus protectores descansam ao ritmo das nossas mãos cansadas e olhos longos de esperas em vão.
Dói sempre este tempo; é simultaneamente triste e aconchegante. O espaço semeia-se de conversas íntimas; o que fiz,o que tenho de fazer, tudo envolto numa correria sem sentido, desesperada e inconsolável.
De volta ao presente, afano-me no revolver do novelo do fim de semana, numa espera de coisa nenhuma ou de uma explosão surda. Arrebatamento contido. E sempre o dealbar do dia que tarda a acordar e que se revira em flashes doces de guloseimas maternais.
Depois esparso-me na fome de tudo, com sabor a nada.
Permeiam-se as sombras vestidas de receios, pintadas de grotescas formas e curvadas, cínicas, rindo, sórdidas da minha alma hesitante.
Já marcada por ventos e marés, presságios afinados, agri-doces, preparo-me para a entrega absoluta a quem de mim se fez, colhendo dos seus poucos anos um belo fruto que revitaliza a minha confiança e fortalece a minha luta!
Incrédula, por vezes me encontro. Não sonhei assim o Tempo.
É preciso ser gente, acordar e encontrar maré...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Concurso


Vários surgiram hoje.Inopinadamente. Um, talvez permita uma melhor segurança familiar. O outro, deixa-me a veleidade de sonhar com a distância, em termos mais concretos, a possibilidade de afagar o meu ego, vulgo, auto-estima. Esta conversa "cheira" muito ao último noticiário da Manuela Moura Guedes, quando comentava as asserções do PM sobre o estado de providência daqueles que se habilitaram à consecução de um Curso CEF. Fantástica a ironia da decantada locutora/jornalista! Isto de nos submetermos a concursos, tem muito que se lhe diga. Então, quando se trata da aprovação/certificação do 9º ano, mercê das competências adquiridas, relacionando-as com as competências aprendidas por um aluno do ensino regular - "é pior a emenda do que o soneto". Já passei por esses pseudo-cursos. Os proponentes aí aparecem na ânsia natural de ascensão social e, na realidade,nada mais têm que um furo defraudado de esperas inauditas. Verdadeiro circo de vaidades. Atropelo dos naturais anseios do comum mortal. Apesar de, estes serem, por vezes, óptimos perseguidores de más práticas e de oportunismos belicosos e invejosos. Má tributação social destes descendentes mafiosos, vaidosos, conspurcados pela fealdade da manipulação consciente de quem sabe e mal usa o que sabe.