terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Pós- Natal

Todos tivemos prendas, apesar da crise. A de fora e a dentro de cada um de nós.
Fartámo-nos de cozinhar, degustar, jogar, brincar e tantas outras afectividades que nasceram do simples facto de estarmos juntos e de nos "gostarmos".
A minha irmã e cunhado são o casal mais perfeito que conheço. São complementares, cúmplices, unidos, apesar das diferenças que os identificam como seres individuais. São o casal mais próximo da teoria de Platão sobre o Amor; acho que vê-los é dar veracidade à bela história sobre o Amor Platónico. Mas, eles ainda foram mais além: tiveram dois belos rebentos. O rapaz, frondoso e desfraldado; a rapariga, madura, sensível, instruída e dotada de rara capacidade de desenhar/pintar/bordar a realidade. Os traços e tons desenham-se, traídos pelos seus olhares assombrados e arrojados cuja palpitação se desprende calma e determinadamente. É talentosa e magnânima.
O meu "cara-metade" é a Parte que sempre faz falta a este meu EU desfragmentado, aturdido e esquivo.Facilita e perpetua a presença deste meu eu num mundo que estranho e desconfio. Do qual quero fugir.E, depois, tenho uma bela raiz de tez masculina, criadora de ramos, ainda frágeis, mas carregados de tanta flor que, tenho a certeza, vai dar muito fruto!
Que feliz estou por me "outrar" nestes elos que me sustêm e aos quais tanto me enleio.
Renasço, também, no Natal.
Encanto fraseado.( Vou ouvir Jazz: é suficientemente audaz para mim!)

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