quinta-feira, 10 de junho de 2010

Estreiteza


Sinto-me marginalizada. Não falam comigo como falavam: espontâneos, alegres, acolhedores, carinhosos.
Sinto-me discriminada no emprego e na sociedade. Nesta é mais simples explicar-se, pois quando não há dinheiro, vida social vistosa, não somos boas companhias; somos "foleiros"; sempre o aspecto e o peso do Dinheiro,a ser inferido pela apresentação...
Já no emprego, quando começámos a tomar atitudes, a defendê-las, a dizer que não estamos de acordo, aí, já incomodamos. Não somos serenos(carneiros) e somos uma espécie em extinção. Como? - Pelo anonimato. Ninguém nos liga, não conversam connosco, não têm nada para nos dizer; cumprimentam apenas quando os olhares não conseguem atingir outras dimensões e, pior do que isto, é quando há actividades a fazer, que são da minha competência profissional e não me dizem nada. Quando inquiri outra pessoa envolvida, pediu desculpa por se terem esquecido de mim e revelam que preparam as coisas nos intervalos, nas mesas ocupadas por 10 cabeças coniventes, postadas em círculo,onde não é fácil introduzir uma outra... os bons-dias são inaudíveis tal o propulsar das falas acirradas e intimistas, pertença da coroa implantada naquelas cabeças. Difícil penetrar...
Por outro lado, não quero passar, relatar, impor, preocupar o meu grupo de trabalho com os meus momentos menos bons de vida.Nem passar-lhes a minha profunda inquietação com comentários acerca da profissão e política que tanto me consomem e revoltam!
Já ninguém comenta isto! Sinto que a esfera dessas pessoas é outra. Falam outra linguagem; não sei bem qual...! Também não me interessa.
Só me sinto triste!
Logo, quando estou mais ciente da vida, do mundo, de mim e, agora, não há interlocutores!
Que confinamento!!

Nenhum comentário: