quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

"Noite"


Cheguei há pouco. Cansada, mas plena.
Já não lembrava a sensação de ser ouvida. Do sentimento de partilha. É gente adulta, esta que me ouve. Comunica mais com os olhos, faces e sorrisos, pestanejares surpresos das palavras articuladas, ora com cuidados de mestria, ora com aproximação à vida redonda dos referentes afinal tão próximos.
Deste modo, inverto a descrença das pagãs atitudes de quem está na hora certa de aprender... mas, tão incerta.
Cansam-se meus olhos de tanto esbracejo, torpedos linguísticos, atitudes quejandas, estrumeiras sonoras de mentes nómadas, sem pertença, afago ou doçura!

Abruptas, feias, rodilhas elegantes as parcerias noviças do trabalho. Este já sem espantos diurnos. Restam só as curvas do caminho descendente - sempre a descer - desamparado, com fim não à vista e desassossegos constantes.

Como posso acordar nesta tonalidade? Não há som ou cor que surtam efeito diferente ou amanhecer colorido!

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