sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril


Não estão muito harmonizados os meus cravos. Trouxe-os, ontem, da florista habitual. Estavam escondidos dos olhos dos compradores...Curiosa, perguntou, suave, a razão da escolha...
Continuam curvados nas duas jarros onde os plantei. Parecem envergonhados daquilo que simbolizam. Pobres deles.

Tenho saudades d'outros 25 de Abril. Eram mais alma, esperança e crença na vontade de, em conjunto, construirmos com a nossa parcela: Saúde, educação, trabalho, paz, equilíbrio social, nada de grandes diferenças.
O nosso Primeiro até é suspeito de suborno, tráfico de influências, ..., os Bancos dos Ricos comem as fortunas dos incautos - d'os espertos - e, o Povo, paga, com impostos de toda a ordem e sem direito a ripostar, porque, se falha é, célere, julgado e preso.
Vivemos na pequenez de espírito e no granjear do desfalque. Abúlicos. A lei da rolha, impera. Parece que a ausência de valores, intercepta a capacidade de raciocínio.
Há que não ter medo. Há que sermos responsáveis por nós e todos. É impossível continuarmos dobrados pela cintura e de cabeça arreada.

Os meus cravos estão curvados e os meus olhos sedentos de águas mil.

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