sábado, 18 de agosto de 2012

Os Mineiros

Foi na África do Sul. Há dois ou três dias. Um grupo de trabalhadores mineiros que reivindicavam direitos e melhores condições de trabalho, foram brutalmente assassinados pela polícia/poder local.

Hoje em dia, lutar pelos interesses de uma classe é utopia. Longe vão os tempos em que a união era forte, unida e coesa.

A manipulação dos mídia, a construção de opinião de um povo, faz-se através deste fazedores de opções que, longe de só informar, o fazem parcelarmente e de acordo com o Poder que servem. Claro que o emprego, o salário são fatores primordiais nesta quietude anorética da dignidade. Perdem-se valores morais e éticos; subvalorizam-se valores, princípios e condutas. Em nome da sobrevivência, é certo, mas há limites, como em tudo na vida.

O Emprego leva-nos a dignidade, a felicidade, os que amamos, a alma. Somos os atuais vendilhões do templo. Não o nosso, mas o daqueles que servimos.

Os Mineiros disseram não - e morreram.
Os Médicos e Enfermeiros disseram não e fizeram greve - venceram porque se uniram; essa união deu-lhes a força.
Os Professores, alguns dizem não. Poucos. A maioria acomoda-se de uma forma acéfala. Vão morrer com os seus próprios defeitos. Estão condenados a serem gente medíocre, que de facto, não fazem falta(muitos deles) à construção de uma nova geração porque não têm nada para ensinar, a não ser, o conhecimento livresco que não é suficiente para que os mais jovens se apropriem do saber e o adequem, transmutando-se, para o seu saber pessoal, fundamental na construção do indivíduo como ser social, atuante e responsável.

Os Mineiros morreram com balas. Nós morremos devagar, com fome, desemprego, perseguição da tutela, ostracismo, isolamento, solidão, ansiedade...

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