domingo, 4 de julho de 2010

O Tempo


Hoje fui alindar o espaço onde repousas. Continuas a fazer-me falta. Passou muito tempo, mas guardo o teu rosto e o teu cheiro: sabia a carinho e cheirava a protecção. Acho que até hoje nunca me senti tão protegida como quando te tinha junto a mim.
Sabe mal acordar a casa e a família para o novo dia. Dantes, eras tu quem fazia isso. Agora, sou eu que tenho essa responsabilidade. E como pesa! A responsabilidade!
Sinto-me cansada, tal como tu. Os esgares da vida! Tão diferente do que desejámos! Atravessamos mares difíceis, vontades impostas e sofremos por impotência. Tu, no teu Tempo; eu, no meu!
Voltei a casa, depois de te florir. Curioso... senti-me mais próxima quando cheguei, do que quando te adornei com flores. Vives em mim, no meu espaço, na minha família e gostava que soubesses(se é que não sabes) que te quero muito e tenho as saudades largas e longas, tal o Tempo em que subitamente partiste, não sem me dizeres que respeitarias as minhas decisões. Muito te agradeço por isso. Permitiste que crescesse e me tornasse autónoma. Acertei nalgumas atitudes, errei profundamente noutras, mas tu sabes que é assim mesmo. Não prevemos o futuro. Só alimentamos, na força dos dias, a esperança dos sonhos, dos desejos e de muitas vontades. Gosto Muito de Ti, Mãe.

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