Foi na África do Sul. Há dois ou três dias. Um grupo de trabalhadores mineiros que reivindicavam direitos e melhores condições de trabalho, foram brutalmente assassinados pela polícia/poder local.
Hoje em dia, lutar pelos interesses de uma classe é utopia. Longe vão os tempos em que a união era forte, unida e coesa.
A manipulação dos mídia, a construção de opinião de um povo, faz-se através deste fazedores de opções que, longe de só informar, o fazem parcelarmente e de acordo com o Poder que servem. Claro que o emprego, o salário são fatores primordiais nesta quietude anorética da dignidade. Perdem-se valores morais e éticos; subvalorizam-se valores, princípios e condutas. Em nome da sobrevivência, é certo, mas há limites, como em tudo na vida.
O Emprego leva-nos a dignidade, a felicidade, os que amamos, a alma. Somos os atuais vendilhões do templo. Não o nosso, mas o daqueles que servimos.
Os Mineiros disseram não - e morreram.
Os Médicos e Enfermeiros disseram não e fizeram greve - venceram porque se uniram; essa união deu-lhes a força.
Os Professores, alguns dizem não. Poucos. A maioria acomoda-se de uma forma acéfala. Vão morrer com os seus próprios defeitos. Estão condenados a serem gente medíocre, que de facto, não fazem falta(muitos deles) à construção de uma nova geração porque não têm nada para ensinar, a não ser, o conhecimento livresco que não é suficiente para que os mais jovens se apropriem do saber e o adequem, transmutando-se, para o seu saber pessoal, fundamental na construção do indivíduo como ser social, atuante e responsável.
Os Mineiros morreram com balas. Nós morremos devagar, com fome, desemprego, perseguição da tutela, ostracismo, isolamento, solidão, ansiedade...
Os Mineiros morreram com balas. Nós morremos devagar, com fome, desemprego, perseguição da tutela, ostracismo, isolamento, solidão, ansiedade...
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